“Ponto de Partida”

A exposição Ponto de Partida, desenvolvida no âmbito do Festival Tremor e inspirada na sua direção criativa em torno dos murais que cobrem os portos açorianos, nasce da reflexão sobre os mesmos. Esses murais, feitos de marcas de passagem, inscrições de viajantes e testemunhos de travessias, transformam o espaço num museu a céu aberto. Inspirados por essa tradição de registo e memória, propomos também um ponto de partida próprio, partindo da coleção do Centro Cultural da Caloura (CCC) e organizando-a em torno de três núcleos: A Ilha, O Património e A Deriva.

A Ilha explora a tensão entre isolamento e abertura, refletindo um ponto geográfico inerente ao artista, que inevitavelmente extrai do seu contexto um ponto de partida.

O Património questiona como a memória molda novas interpretações. Não é um lugar fixo, mas um campo de referências herdadas que se tornam matéria viva para novas narrativas.

A Deriva abre espaço para a incerteza. Um território de especulação e liberdade, onde novas percepções e interpretações emergem. É neste descompromisso que encontramos o ponto de partida para diversas linguagens e temáticas, revelando múltiplos resultados de processos criativos.